quarta-feira, 14 de maio de 2008

Continuação

Cont - Parte II

Os Instrumentos de Percussão e a Música no Templo

Tanto a presença quanto a ausência do tambor em circunstâncias bíblicas específicas ajudam a compreender a questão do uso da bateria na adoração a Deus. Vamos analisar um relato específico, no qual foram utilizados instrumentos de percussão pelo povo de Israel, em um evento religioso.

Quando Davi planejou o transporte da Arca da Aliança, saindo de Quiriate-Jearim, fez planos sem consultar ao Senhor. O relato bíblico de Crônicas (tampouco o de Juízes 6) não menciona Davi consultando a Deus em nenhum momento; seja acerca dos métodos a serem utilizados no transporte, seja acerca da aprovação divina em trazer ou não a arca de volta. Em vez de consultar os sacerdotes, ele consultou seus comandantes (I Crônicas 13:1-2).

Mesmo assim, o intento de Davi é colocado em ação. Aparentemente tudo está correto! Um carro novo (último tipo!!!) é escolhido para o transporte, a orquestra improvisada toca música “harpas, e com saltérios, e com tamboris, e com pandeiros, e com címbalos” (II Samuel 6:5; ver também I Crônicas 13:8), Davi e todo o povo vibram em excitação e o rei é aclamado por seu feito religioso e heróico. Até que o imprevisível acontece. Os bois tropeçaram, a arca quase caiu e Uzá, um mero mortal, toca a arca e morre, fulminado pela ira do Altíssimo. O evento da morte de Uzá parece uma mensagem fortíssima ao rei de Israel; e este, inspirado pelo Espírito Santo, faz uma declaração não menos poderosa e cheia de compreensão do sinal de Deus: "Temeu Davi ao Senhor naquele dia, e disse: Como trarei a mim a arca de Deus?".(II Samuel 6:9; ver também I Crônicas 13:12)

Vemos assim que, por ocasião da primeira tentativa de transporte da arca, tudo deu errado, porque foram desconsideradas as instruções divinas, inclusive a respeito dos instrumentos a serem utilizados no louvor. “O ritmo da festa e da música fez Davi esquecer que só os levitas podiam conduzir a arca, e Uzá ignorar que não podia tocá-la. Os bois tropeçaram, a arca quase caiu e Uzá morreu ferido pelo Senhor (I Crônicas 13:9-10). Davi temeu e se perguntou: ‘Como trarei a mim a arca de Deus?’ (Crônicas 13:12) . Três meses depois, o rei juntou o povo para buscar a arca da casa de Obede-Edom, desta vez, ele orientou que ninguém conduziria a arca, senão os levitas (I Samuel15:16). Houve alegria mas, ao contrário da primeira tentativa, desta vez a banda musical não teve tambor, mas somente harpas, alaúdes e címbalos (I Crônicas 15:16).” (Vanderlei Dorneles, Cristãos em Busca do Êxtase, pp. 192-193).

Após a estabilização de Davi no poder, com todas as questões políticas e territoriais resolvidas, o rei Davi sabia que não viveria muito tempo para desfrutar esta paz. As batalhas, os problemas e suas muitas labutas o tinham envelhecido.

Assim, ele desejou fazer uma casa para o Senhor (II Samuel 7:1-3; I Crônicas 17:1-2; 22:7; 28:2). Mas Deus não o permitiu (II Samuel 7:4-17; I Crônicas 17:3-15). O motivo desta negativa foi o fato de Davi ter sido um homem de guerra, que havia derramado muito sangue (I Crônicas 22:8; 28:3). A casa de Deus deveria ser um lugar de paz, desde o projeto.

Entretanto, a Davi foi concedido o privilégio de fazer todos os preparativos para a construção do templo. Ele preparou todo o material de construção, os artífices, os líderes da obra (I Crônicas 22:2-5; 14-17). Ele entregou tudo nas mãos de Salomão e deu-lhe instruções de como o templo deveria ser construído (I Crônicas 22:6-13; 28:1-21).

Além destes preparativos, Davi, seguindo as instruções divinas, também instituiu o serviço levítico para o futuro templo. Em I Crônicas 23:2-5 lemos: “E reuniu a todos os príncipes de Israel, como também aos sacerdotes e levitas. E foram contados os levitas de trinta anos para cima; e foi o número deles, segundo as suas cabeças, trinta e oito mil homens. Destes havia vinte e quatro mil, para promoverem a obra da casa do Senhor, e seis mil oficiais e juízes, e quatro mil porteiros, e quatro mil para louvarem ao Senhor com os instrumentos, que eu fiz para o louvar, disse Davi.”

Pelo texto acima, podemos notar que, dentre as diversas funções dos levitas na supervisão e manutenção do trabalho no Templo, estava a música de adoração. Inclusive, é curioso notar que o próprio Davi havia criado instrumentos apropriados para a adoração.

Um comentário:

Tinguiteen disse...

Maranata!

Boa sorte nessa caminhada!
Que Deus abençoe e ilumine vocês!

No que precisarem, conte conosco!

Abraços